samedi 17 juin 2017

Desenlace



Quando a minha voz não mais
vibrar aos teus ouvidos
é porque não tenho ar
para a trazer fora de mim;

Quando não mais te escrever
cartas cheias de juras tão sentidas
que só para ti as tinha
é porque se esgotou o tinteiro
dos meus olhos que tudo te deu;

Quando o meu sangue não mais
nutrir a chama que me deixaste
é porque os rios da vida
secaram na minha carne.

Então saberás que resvalei
para a vala do silêncio como alma
que a eternidade não quis
como peugada que o tempo apagou.

J. L. Miranda

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